
A PRUDÊNCIA E A TOLERÂNCIA
A prudência e a tolerância são de certa forma duas faces de uma mesma moeda, dentro de um plano maior que podemos chamar de bom-senso.
O BUDDHA nos ensinou sobre o caminho do meio (é baseado na moderação e na harmonia, sem cair em extremos), uma forma de bom-senso, resguardada as devidas proporções.
Cada civilização tem sua forma de pensar, suas representações culturais; sua forma de interagir com a transcendência e a divindade; toda civilização tem sua mitologia de criação do mundo, seus deuses e deusas; cada período civilizatório, de certa forma, reproduz, e mesmo, se desenvolve sob certos parâmetros de outras sociedades, num processo que envolve admiração e afinidade.
Como todas as sociedades se regulam e operam, pergunta-se um ou mais irmãos? Quase são as bases e referências dessas sociedades? Como se manifestam e interagem os seus participantes, sejam estrangeiros, escravos ou cidadãos? Como fundamentaram os seus Estados e Governos? O que é o chamado bem-comum? Qual é a noção de bem e do mal das civilizações? O que é a moral e costumes desejáveis para cada civilização? O que é Justiça? Como sancionar as pessoas, que deixaram de cumprir o acordo social, seja tácito ou nomeado? As regras sociais são, em verdade, teológicas ou seculares? Tantas indagações e questões de suma importância para entendermos a caminhada da Humanidade, a história que os homens de todas as épocas escreveram e escrevem em sua contemporaneidade.
Cada processo civilizatório tem suas referências, seus princípios e valores, que são os parâmetros subjetivos para suas ações, sejam elas estruturais ou cotidianas.
Nossa civilização é classificada como civilização judaico-cristã, devido as nossas referências oriundas do povo hebreu, a figura central do Cristo e a Igreja Cristã, fundamento de nosso Direito e padrões de comportamento, como é o caso dos dez mandamentos. O Cristianismo e a Igreja Católica adotaram princípios filosóficos gregos para se desenvolver e um dos resultados são as virtudes cardinais.
Segundo a Igreja Católica Apostólica Romana existem quatro virtudes cardinais[1] (ou virtudes cardeais) que polarizam todas as ou¬tras virtudes humanas. O conceito teológico destas quatro virtudes foi derivado inicialmente do esquema de Platão e adaptado por Santo Ambrósio de Milão, Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino.
Segundo a Doutrina da Igreja Católica, elas "são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas, que regulam os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé. Adquiridas e reforçadas por actos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela graça divina".[2] As virtudes cardeais são quatro:
• A prudência, que "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida", sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.
• A justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido;
• A fortaleza (ou Força) que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;
• E a temperança (ou Moderação) que "modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.[3]
(Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre)
Uma sociedade necessita e requer a razão, como fundamento de suas decisões, tanto as coletivas, como as decisões pessoais. No trecho abaixo, apresento um comentário da obra A República, de Platão.
“O grande, o verdadeiro político não é – diz Platão – o homem prático e empírico, mas o sábio, o pensador: não realiza tanto as obras exteriores, mas, sobretudo, se preocupa com espiritualizar os homens. Desta maneira é concebido o Estado educador de homens virtuosos.” (Fonte: www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_platao_a_republica.pdf)
Livro IV - Sócrates, dando por fundada a cidade, questiona: “onde poderá estar a justiça, e onde a injustiça, e em que diferem uma da outra” (427d). Para vir à tona o lugar da justiça, enumeram-se as virtudes que uma cidade perfeita deve possuir; estas formam uma “sinfonia”- em primeiro está a sabedoria (Sofia), virtude dos que governam; segue-se a coragem (Andréia), que é a virtude dos guerreiros: “É, pois, uma força desta ordem, salvação em todas as circunstâncias de opinião reta e legítima, relativamente às coisas temíveis e às que não o são, que eu chamo coragem e tenho nessa conta, se não tens nada a opor.” (430b) Vem em seguida a temperança (Sofrosine). É a virtude de toda a cidade, e não de uma classe específica; consiste na ordenação, no domínio diante dos excessos, é “a concórdia, harmonia entre os naturalmente piores e os naturalmente melhores, sobre a questão de saber quem deve comandar, quer na cidade, quer num indivíduo” (432a). Por último, surge a mais importante das virtudes e causa das demais: a justiça (dikaiosyne). “E esta consiste em que cada um realize a função para a qual a sua natureza for mais adequada” (433 a-b-c-d).
Caracterizada a prudência como virtude, ás vezes confundida, com a temperança, pode ser observada na forma que alguém ou instituição trata as idéias ou ideário contrário ou distinto da sua própria concepção ou arcabouço conceitual. Assim, o é na seara do direito, na qual in dúbio pro réu, pois não se pode correr o risco de punir um inocente. Há o movimento ecumênico, que busca os pintos de afinidade e respeito, entre as diversas religiões e seitas existentes em nossa sociedade.
A TOLERÂNCIA é outra virtude, que em nosso entender, em conjunto com a prudência faz parte do bom-senso, que todos os homens devem utilizar nas suas ações e decisões. A tolerância é o ato de ponderar todos os aspectos possíveis de uma determinada questão, antes de emitir a decisão ou conceito; também é uma maneira de evitar um pré-conceito, uma noção pré-concebida sobre algo ou alguma coisa, quando em contato consigo. Nem toda máxima é virtuosa.
A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.
Do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo. Numa concepção moderna é também a atitude pessoal e comunitária face a valores diferentes daqueles adotados pelo grupo de pertença original.
O conceito de tolerância se aplica em diversos domínios:
• Tolerância social: atitude de uma pessoa ou de um grupo social diante daquilo que é diferente de seus valores morais ou de suas normas.
• Tolerância civil: discrepância entre a legislação e sua aplicação e impunidade.
• Tolerância segundo Locke: «parar de combater o que não se pode mudar».
• Tolerância religiosa: atitude respeitosa e convivial diante das confissões de fé diferentes da sua.
(Fonte: : Wikipédia, a enciclopédia livre)
Podemos concluir que a prudência e a tolerância são virtudes, partes integrantes e necessárias ao bom funcionamento da sociedade. Assim sendo, todo Ir.’. M.’.M.’., de uma forma ou outra, delas necessita para alcançar e trilhar os princípios da filosofia mac.’..
As Virtudes do Maçom
Dedicado aos Companheiros
Na Maçonaria, o homem Manifesta suas virtudes,
Através da firmeza de atitudes.
Maçom deve ser paradigma
Como construtor da Humanidade:
Na prática da Fé, da Esperança e da Caridade.
Essas, apenas não bastam!
Além das teologais,
Deve praticar as naturais,
Para completar a sua marcha:
A Prudência e a Temperança,
A Justiça e a Perseverança.
Francisco Mello Siqueira
(http://www.salmo133.org/s133/blog/2009/10/as-virtudes-cardeais.html)
2003
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